Caminha, Edmílson2023-07-042023-07-042022Cadernos Aslegis, n. 62, p. 241-246, jan./jun. 20221677-9010https://bd.camara.leg.br/bd/handle/bdcamara/41292Cadernos ASLEGIS n. 62, 1º de Semestre 2022“Minha pátria é a Língua Portuguesa”. Nada me expressa melhor, como ser humano, como cidadão, como professor, como jornalista, como escritor do que a sentença de Bernardo Soares no Livro do Desassossego. Simplesmente, não me consigo imaginar falante de outra língua que não a da carta escrita por Pero Vaz de Caminha, de quem me chegou o sobrenome honroso. Tamanha a paixão pelo idioma que abandonei a Faculdade de Medicina pelo estudo das Letras, pequeno que sou, diferentemente de Miguel Torga e de Guimarães Rosa, para que me coubessem literatura e ciência. Sentia-me destinado aos romances de Eça, de Machado; aos poemas de Pessoa, de Drummond; aos contos de Rebelo da Silva, de Lima Barreto; aos ensaios de Almada Negreiros, de Euclides da Cunha. Hoje, trocaria com prazer os para mim insuportáveis compêndios de farmacologia pelas histórias de José Eduardo Agualusa, de Mia Couto, de Djaimilia Pereira de Almeida, de Paulina Chiziane, de Germano Almeida, pela poesia de Noémia de Sousa, de Viriato da Cruz, de Eneida Nelly, de Odete Semedo. Consciente de que os brasileiros nos irmanamos a outros povos, aos quais coube falar, por circunstâncias históricas, a língua dos argonautas que fizeram do mar “o chão maior de Portugal”, no dizer magnífico do poeta Gerardo Mello Mourão, filho ilustre do Ceará onde nasci.pt-BRLíngua portuguesaLíngua portuguesa, estudo e ensinoLinguísticaA lusofonia que une, irmana e engrandece