A lusofonia que une, irmana e engrandece
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Data
2022
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Publicador
Associação dos Consultores Legislativos e de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados
Resumo
“Minha pátria é a Língua Portuguesa”. Nada me expressa melhor,
como ser humano, como cidadão, como professor, como jornalista, como
escritor do que a sentença de Bernardo Soares no Livro do Desassossego.
Simplesmente, não me consigo imaginar falante de outra língua que não
a da carta escrita por Pero Vaz de Caminha, de quem me chegou o sobrenome
honroso. Tamanha a paixão pelo idioma que abandonei a Faculdade
de Medicina pelo estudo das Letras, pequeno que sou, diferentemente
de Miguel Torga e de Guimarães Rosa, para que me coubessem literatura
e ciência. Sentia-me destinado aos romances de Eça, de Machado; aos poemas
de Pessoa, de Drummond; aos contos de Rebelo da Silva, de Lima
Barreto; aos ensaios de Almada Negreiros, de Euclides da Cunha. Hoje,
trocaria com prazer os para mim insuportáveis compêndios de farmacologia
pelas histórias de José Eduardo Agualusa, de Mia Couto, de Djaimilia
Pereira de Almeida, de Paulina Chiziane, de Germano Almeida, pela poesia
de Noémia de Sousa, de Viriato da Cruz, de Eneida Nelly, de Odete
Semedo. Consciente de que os brasileiros nos irmanamos a outros povos,
aos quais coube falar, por circunstâncias históricas, a língua dos argonautas
que fizeram do mar “o chão maior de Portugal”, no dizer magnífico do
poeta Gerardo Mello Mourão, filho ilustre do Ceará onde nasci.
Notas
Cadernos ASLEGIS n. 62, 1º de Semestre 2022
Assuntos
Língua portuguesa, Língua portuguesa, estudo e ensino, Linguística
Fonte
Cadernos Aslegis, n. 62, p. 241-246, jan./jun. 2022