Iracema
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Data
2019
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Publicador
Câmara dos Deputados, Edições Câmara
Resumo
Se, simbolicamente, Iracema representa o nosso país antes da chegada
dos colonizadores, é possível constatar nesse retrato o intenso nacionalismo
que paira sobre a escrita de José de Alencar. A harmonia e a pureza intocáveis
de Iracema apontam-nos para o retrato idealizado de nossa nação – uma espécie
de paraíso, também ainda virgem, intocado –, mas cuja perfeição será
destruída com a chegada do europeu. Destaca-se, nesse retrato nacionalista,
a exuberância de nossas paisagens, que recebem forte impregnação poética,
e de nossos primitivos habitantes, bem como a relação de estranhamento e
fascínio que se estabeleceu no encontro das duas raças.
Chama-nos a atenção nesse romance a linguagem utilizada por Alencar.
Considerando que seu intento era a criação de uma língua brasileira – autônoma
e independente dos padrões da língua colonizadora – compreendemos
JOSÉ DE ALENCAR • 11 •
o vocabulário a que recorre na construção do romance. Fiel às nossas tradições,
o autor se vale de termos indígenas, desejoso de, dessa forma, criar
uma língua própria para nosso país. Nesse aspecto, o autor foi também desbravador:
um inovador da linguagem literária e um dos responsáveis pelo
abrasileiramento da nossa literatura por meio de um gênero que ainda engatinhava
em solos brasileiros: o romance. Iracema, conforme a leitura poderá comprovar, é uma obra
que resgata nossas origens e nos convida a conhecer um período literário essencial
para a construção do que hoje denominamos Literatura Brasileira.
Notas
Prefácio de Diana Navas
3ª edição
3ª edição
Assuntos
Literatura, Personagens, Brasil